Wednesday, June 22, 2016

O que os estudantes levam para a aula?

       Aqui vai um comentário sobre alguns hábitos que achei estranhos desde que minhas aulas em uma universidade alemã começaram: os "cadernos" aqui utilizados, as canetas e as bolsas.
No Brasil, quando não utilizam computadores para anotações, cada aluno leva seu caderno, separado por matérias ou não, 200 ou 300 folhas, com linhas horizontais para anotar o que o professor fala com suas canetas, lápis ou lapiseiras, certo?
        Então, aqui não é bem assim. A grande maioria dos cadernos é aqueles quadriculados, que funciona quase como caligrafia porque os alunos se esforçam para escrever o que precisam entre a pequena diferença de espaço entre as linhas quadriculadas. Depois disso vêm os blocos de notas. Alguns também quadriculados, outros coloridos, alguns sem linhas inclusive. Alguns em espiral, outros colados mesmo.
        Durante a aula, os alunos vão numerando e destacando as páginas, voltando para casa cheios de folhas soltas. Isso porque essas folhas normalmente têm furos centrais, apenas dois, e ao término do conteúdo, os alunos colocam em pastinhas individuais que são vendidas em todas as cores. O problema que sempre achei dessas pastinhas (utilizo em meus cursos de alemão) é que todo o conteúdo fica de trás para frente! Ou seja, a primeira aula é a última da pasta, e isso não faz sentido para mim.
        Essas pastas são tão utilizadas aqui que até eu já ganhei um furador de dois furos durante meu primeiro mês aqui. Veio na carta do meu seguro saúde. Nunca entendi por que logo na carta do seguro saúde, até que percebi que muito provavelmente os alemães furam seus documentos e também os guardam em pastas.
        Sobre as canetas, aqui não é muita gente que se contenta com uma Bic da qual ainda não se perdeu a tampa. Os alemães transbordam de amor pelas canetas tinteiro. Não daquelas de nanquim, claro, mas umas que se coloca cartucho e precisa ter um jeitinho para escrever se não a tinta não marca o papel. Tem em qualquer livraria para vender, de todos os preços e modelos, para destro e canhoto, e os cartuchos vêm em potinhos redondos de vidro com até 100 unidades. São bonitas, claro, mas não sei se muito práticas (testarei em breve, fiquei curiosa).
        Para se carregar tudo que precisa para estudar, por sua vez, no Brasil é comum mochilas, bolsas carteiro e, para as meninas, aquelas bolsas enormes de couro.
        Em Tübingen, no entanto, temos uma bolsa unissex, com uma alça e enorme! Cabe desde os fones de ouvido, estojo, caderno, livros, até o almoço (comum de as pessoas trazerem de casa). E como sei disso? Porque elas são transparentes!! Todos são capazes de ver o que muita gente carrega na bolsa aqui. Claro que é prático quando pensamos que nós, donos das bolsas, podemos ver o que já está dentro. E aqui ninguém se importa muito em ver o que o outro carrega, mas isso me faz pensar o que aconteceria no Brasil se as bolsas fossem transparentes. Interessante, não?

As famosas pastinhas.



Alguns exemplos, mas tem outras com capinhas coloridas, grafitadas, com desenhos.



Bolsa transparente.



Monday, June 20, 2016

As padarias do Dia Anterior.

Hoje foi um dia de descobrir algo peculiar!!
        Não é novidade para ninguém a variedade de pães que a Alemanha oferece, muito menos a diversidade de padarias que  existem em cada cidade, nem que seja numa cidade pequena como Tübingen. Tendo isso em vista, sempre me perguntei para onde iam os pães que sobravam, porque não há gente suficiente para consumir tudo que é produzido em um dia, apesar de se consumir muito. Alguns doces, quando sobra um pouco de cada, sei que vão para doação pois já havia perguntado isso à uma funcionária de uma padaria quando ela começou a colocar tudo em caixa de plástico ao fim do seu expediente e deixar de canto. Mas hoje uma amiga minha me deu uma resposta sobre os pães.
        Há uma "padaria" um pouco afastada da Altstadt chamada "Backwaren vom Vortag", ou seja, padaria do dia anterior.
É basicamente uma salinha bem pequena e apertada, para onde as padarias mandam as sobras do dia anterior para serem vendidas pela metade do preço ou menos. Diferente do Brasil, em que os "pães dormidos" muitas vezes são impossíveis de comer, os daqui continuam uma delícia e na maioria das vezes ainda macios.
        Nessa padaria do dia anterior temos bretzel, laugenbrötchen, kürbisbrot, kornbrot, croissant, doces de amêndoas, enfim.. tem de tudo.
        Hoje mesmo fui lá experimentar. Um Bretzel, mais um Laugenbrötchen e um Kürbisbrot (segue na foto) saíram por 90 centavos!!
        Posso dizer que vale a pena dar uma passada lá. Nem que seja pra conhecer essa ideia genial de vender o pão pela metade do preço. Assim além de favorecer quem não tem muito dinheiro, ainda não tem grandes desperdícios. Assunto levado extremamente à sério pelos alemães. 




Thursday, May 12, 2016

Feira de Carreiras em Tübingen.

            No último mês, acabei por frequentar duas feiras de carreiras que aconteceram aqui em Tübingen. Uma era ofertada pela própria Universidade e era especializada na área jurídica. Esta tomou lugar no próprio prédio da faculdade de Direito onde estudo. A outra foi oferecida pelo Time de Basquete da Universidade, os Tigers (o mesmo time que eu fui assistir a final do campeonato), ocorreu, então, na Paul-Horn Arena (a casa dos Tigers) e era mais para área de business e tecnologia da informação.
        Diferente de algumas faculdades do Brasil, aqui não é necessário fazer inscrição para participar do evento. Além disso, também não é obrigatório que você seja da área em foco para comparecer e conversar com os representantes das empresas que montaram seus stands nas feiras. Quase sempre são muito bem atenciosos e procuram responder suas perguntas na medida do possível, e quando algo foge do conhecimento deles, eles deixam um cartão e pedem para que entremos em contato por algum website ou até mesmo email de algum outro responsável da empresa.
            Na feira especializada no setor jurídico, podíamos encontrar escritórios de todas as áreas procurando estagiários ou até mesmo apenas tornando ainda mais público aos estudantes a possibilidade de emprego que ali se encontra. Mas certamente, apesar de vários stands, os de área civil e internacional eram maioria no evento. Também podíamos conversar com os responsáveis pelas publicações de revistas jurídicas e, inclusive, fazer assinatura dessas revistas caso nos interessássemos. Havia representantes públicos de Baden-Württemberg explicando como suas funções funcionavam, mas não tinham muita paciência para estudantes estrangeiros, pois a efetivação de cargo para nós é meio que quase impossível, então nesses stands não pude fazer lá muitas perguntas. Ao contrário dos de área internacional, que me enchiam de sugestões para meu futuro e se mostravam "interessados no meu interesse" por assim dizer e sempre me mostravam, orgulhosos, todas as cidades em que possuíam uma filial.
           Um stand muito diferente que encontrei foi um especializado em financiamento para estudantes. Nunca cheguei a ver um stand oferecendo apoio financeiro a estudantes no Brasil, nós apenas sabemos como funciona caso pesquisemos sobre isso.    
          A seguir, algumas fotos deste evento no meu prédio. Desculpem a qualidade das fotos, mas estão assim pois foram feitas com celular: 




          A outra feira, especializada em tecnologia da informação, programação, engenharia, economia, entre outras, foi um tanto diferente do que tange a como nos sentíamos no evento. Talvez pelo fato de ser numa quadra de basquete, esta feira foi mais descontraída. Pelo evento ser patrocinado por uma das padarias da cidade, logo na entrada tínhamos um stand distribuindo crepes e Waffle para quem quisesse. Quando adentrávamos a arena, havia outro stand da Padaria Keim destribuindo sanduíches, brezeln, doces e café. No centro da arena, havia o treinador dos Tigers ajudando pessoas a tentarem fazer uma cesta! Quem fazia a cesta, ganhava uma sacola com brindes da feira de carreiras. Óbvio que a fila estava enorme! Era muito divertido!
            Ao redor da quadra estavam os stands de empresas como Porsche, IBM, Ratbacher, Deutsche Bundesbank, Syss e Antenne 1. Todos foram muito atenciosos e sempre distribuindo seus brindes, cartões, revistas com informações. Procurando, de alguma forma, sanar minhas dúvidas mesmo que não entendessem muito como funcionava o setor jurídico das empresas deles, afinal, eles trabalhavam com a parte "prática", e deixando as portas abertas caso eu tenha interesse em trabalhar ou estagiar com eles. Várias empresas, inclusive, sempre diziam que "nem todos de nós trabalham apenas com a língua alemã, caso você se sinta mais segura com o inglês", comentários que achei muito interessantes da parte deles.
           Então assim, apenas para demonstrar o que foram os brindes e o quão queridos todos foram, aqui vai uma foto de quase tudo que me deram: 

          Foram duas tardes muito produtivas, em que pude saber realmente muito mais sobre uma carreira aqui na Alemanha e algumas dificuldades que se encontram ao se tentar ingressar no mercado de trabalho. Com certeza, aconselho a quem puder que compareça em uma caso tenha oportunidade. E traga seu bloquinho de notas com todas as perguntas que tiver! Não vai se decepcionar.

Sunday, May 1, 2016

Final de campeonato de Basquete em Tübingen.

            E para quem está se perguntando, tenho aqui uma amostra que como funciona um jogo de basquete universitário em Tübingen!!
           No último domingo de Abril, os Tigers de Tübingen jogaram a final do campeonato.
A entrada da liga é um momento importante para a plateia. Os jogadores demonstram energia e cumprimentam a todos enquanto seus rostos passam também no telão. Enquanto isso, o mascote do time anda pela quadra para chamar mais atenção e pedir palmas. Palmas essas que 95% do tempo são sincronizadas com uma percussão de fundo e com melodias que não são comuns no Brasil.
           O jogo foi interrompido duas vezes, e nesse tempo um grupo de dança fez apresentações de Zumba e hip-hop. Nos pequenos breaks, o mascote jogava uma bola enorme de ar no público para brincar, mas também para lembrar a todos de mais um patrocinador do jogo, ao qual pertencia aquela bola enorme.
           Para comer, tínhamos o mai comum aqui: pão com schnitzel (lombo de porco à milanesa) ou pão com linguiça. Para beber: tinha, claro, refrigerante, mas a cerveja era a mais consumida. Quem quisesse podia ficar com o copo de plástico como souvenier, mas ele tem um custo e quem o devolvesse receberia um dinheiro de volta. É o chamado "pfand" ou "fundo" do recipiente, também bem comum por aqui em muitos lugares, o que é interessante saber porque dependendo de onde vocês estiver, esses "pfands" podem chegar até 2 Euros!!
            Além disso, não é permitido entrar com garrafas no estádio (nem uma pequena de 330ml como eu estava), eles revistam as bolsas e pedem para que deixemos a garrafa numa caixa logo na entrada. Perguntei e eles me disseram que eu poderia tentar encontrar a garrafinha na saída principal, onde eles deixariam as caixas. Fui lá ao fim de tudo e realmente recuperei minha garrafa.
O jogo seguiu sempre sem muitas alterações na plateia. Apesar de podermos ver em seus rostos a torcida fervente por uma cesta, todos apenas batiam palma e aumentavam um pouco o tom de voz quando o time avançava. Mas ninguém levantava de suas cadeiras ou muito menos pulavam na arquibancada nos "assentos em pé" da arena.
           Ao fim do jogo, com derrota ou vitória, todos aplaudiram a partida e apenas saíram em direção à porta, quase que em silêncio, se em comparação com a euforia que brasileiros estariam ao final de um jogo tão cheio de surpresas e angústias quanto foi este final de campeonato! 
Confiram o vídeo de algumas cenas:
 

Tuesday, April 26, 2016

Stuttgart.

       Stuttgart! Uma das melhores cidades para se fazer compras!
        Saindo de Tübingen, Stuttgart fica há 40km ao norte, e chegamos lá na Hauptbahnhof em mais ou menos uma hora de viagem, e não podia haver localização melhor para se chegar numa cidade na Alemanha do que na estação central de trem. Geralmente, são super bem localizadas e o centro da cidade está a algumas quadras de distância. 
        A rua mais famosa de Stuttgart é a Königstraβe, onde se encontram o maior número de lojas na cidade. Temos H&M, New Yorker, Tally Weijl, Decathlon, Galeria Kaufhof, Zara, Timberland, Douglas, S. Oliver, Tom Tailor, Adidas, Osiander, entre várias outras opções, inclusive super mercados. Ela está localizada logo em frente a entrada da estação central. Portanto, se chegar em Suttgart depois das 10h da manhã, esteja preparado para encontrar uma cidade para lá de movimentada. Não consegui tirar nenhuma foto depois das 10h de tanta gente, a que podem ver abaixo foi tirada 9:15h da manhã. 

         Temos também a loja da tão querida Primark! Mas não está na Königstraβe, o que leva a muitas pessoas a não encontrá-la. A Primark fica para o outro lado da estação. "Nos fundos" digamos assim, num local um pouco mais afastado, dentro do shopping Milaneo, como podem ver no mapa abaixo.

         Porém, Stuttgart não é simplesmente só compras. Nessa cidade se localiza uma das bibliotecas mais lindas e de arquitetura mais moderna da Europa. A construção dela custou 80 milhões de Euros e levou cerca de 3 anos para ficar pronta. O prédio é completamente branco, o que pode dar uma sensação de frieza em alguns visitantes, mas em compensação há um teto de vidro que ilumina naturalmente o ambiente. Tem formato de cubo e possui 11 andares com centenas de obras literárias.
Imagem do google.
       Temos também a linda casa de Ópera, onde assistimos "Carmen" na noite do dia primeiro de Abril. A Operhaus foi encomendada pelo Rei Wilhelm II, o qual era extremamente apaixonado por teatro e óperas. Uma curiosidade: os lugares mais caros da ópera não são os melhores de assistir aos espetáculos. Ele é mais caro pois era onde a rainha costumava ficar e fica em frente e em cima em relação ao palco. Porém, Wilhelm II tinha uma cabine especial à esquerda acima do palco, onde, segundo ele, fica a melhor acústica de todo o estabelecimento. 
              Atualmente, é orgulho de Stuttgart ser a maior Operhaus da Alemanha, tendo UMA cadeira disponível a mais que a própria Operhaus de Berlim.
Dentro da Operhaus.

Podemos ver a Cabine da Rainha, onde as pessoas estão.
Cabine do Rei.
Frente da Operhaus.


             Além disso, outra experiência por que passei em Stuttgart foi o Museu da Mercedez-Bens! Que lugar enorme, para falar a verdade, e lindo. Ele se estrutura num prédio circular. O Tour começa num elevador que te leva até o último andar, com o primeiro automóvel do homem: um cavalo. Em seguida, vamos andando entre as carruagens e carros que cada vez vão ficando mais novos enquanto descemos de andar através de rampas.

         










 


    Tem pessoas que dizem que o Museu pode ser muito sem graça por "ter só carros", mas não é verdade. Mesmo para quem não gosta da história automobilística, esse museu pode ser muito interessante. Nas paredes das rampas nas quais fazemos gradualmente a troca de andar, tem muitos pôsters históricos. A gente pode acompanhar o que estava acontecendo no mundo enquanto a Mercedez melhorava cada vez mais a sua engenharia e mudava o estilo de seus carros. Acompanhamos acontecimentos como guerras mundiais, assinaturas de tratados internacionais, estilos musicais que foram tomando forma, luta pelo direito da mulher, entre diversos outros momentos do último século.


 












 
           Ao fim do tour, já na era dos carros de corrida, temos a possibilidade, então, de entrar num simulador de duração de 5 minutos. Funciona sempre de dois em dois visitantes que querem entrar no simulador. É uma cabine suspensa no ar, que se mexe para dar efeitos 3D na tua "corrida"! De fora parece algo muito divertido, e de dentro, temos certeza disso! É um simulador que te leva pelo tempo e te dá a sensação dos diferentes tempos dos automóveis da Mercedez. Enquanto o simulador vai te contando a história por uma tela na tua frente e por áudio, ele te faz literalmente sentir as alterações mecânicas feitas e tu tem a oportunidade de andar com os carros pelo barro, asfalto e paralelepípedo. É muito interessante. Sugiro à todos que salvem um tempo do seu tour para entrarem no simulador e terem um ótimo momento com muitas risadas.
 









Saturday, April 23, 2016

Palavras de um trem em movimento.

       Eu ouvi uma vez numa música que a gente só odeia a estrada quando sentimos falta de casa. Sempre achei incrível e coerente essa frase, mas só agora depois de 2 meses longe de casa que percebo o quanto ela realmente significa. Houve dias em que tudo que queria era fazer aquele percurso já conhecido de onde chamo de lar, com os rostos e sorrisos que sei de cor. A vontade daquela mesa de café da tarde bem posta, e "chama todo mundo porque o pão saído do forno está esfriando!!"
           Houve dias em que o trem nunca parecia que chegaria, e o frio não me deixava ficar sossegada esperando. 

      Por outro lado, houve dias em que me surpreendi comigo mesma. Com minha deveras coragem de ir pra cidades tão diferentes que muita gente nem ouviu falar. De pegar trens meio na dúvida e de ter que confiar na informação de qualquer pessoa que parasse para ouvir minhas dúvidas na rua. De entregar minha câmera pra tanta gente de tantos países que muitas vezes não falavam nenhuma das línguas que eu falo, mas que de alguma forma entendiam meu pedido e prontamente tiravam uma foto minha.
        Houve dias que a efemeridade do tempo da estrada me dava um choque e eu não mais sentia tanta falta de casa. Quase não dormi em nenhum percurso que fiz até hoje pelos trilhos ou estradas da Alemanha e França. Apenas ouvia minhas músicas, lia meus livros ou pensava em tudo que está acontecendo e escrevia, como aconteceu com esse texto.
       Sinto sim falta de poder às vezes perguntar "e aí? Acha que isso vale a pena comprar?" ou "psiu, isso aqui fica legal em mim ou não eras?" quando viajo sozinha, mas com isso vou vendo que na vida inteira há momentos em que ninguém pode fazer escolhas por mim, e que como forma de acalento isso não é ao todo ruim, apenas se a escolha for a errada, não há com quem dividir a culpa.
        Morar sozinha tem sido um desafio e é incrível como muitas vezes somos mais organizados sem nossos pais do nosso lado. Porque claro, eles não estão ali 24 horas por dia para te lembrar das responsabilidades, então tu precisa fazer isso completamente sozinha. Lembrar das contas, eventos, reuniões, lavar a roupa, fazer a comida, lembrar de comprar comida (muito importante), limpar o quarto, a cozinha, o banheiro. Aderimos uma rotina completamente nova e com isso ficamos sabendo um pouco mais de nós mesmos. Uma parte de nós que jamais conheceríamos se não morássemos sozinhos.
           É uma sensação boa, mas talvez estranha para muitos. Como disse para algumas pessoas que me perguntaram, estar sozinha num país tão diferente do meu tem tanto seus muito altos quanto seus muito baixos. Porém, mantemos a positividade na maior parte do tempo. A experiência é única, a oportunidade também. A intenção toda é conseguir fazer com que as pessoas possam viver através de mim, um pouco dessa oportunidade à mim ofertada. E talvez incentivá-las em alguns aspectos, mostrar que não estão sozinhas nos medos do cotidiano. Esse é, sem dúvida, um dos meus maiores objetivos. Até porque eu gosto também de sentir que não estou sozinha.
         Quem sabe, sendo assim, todos os trilhos para as tantas cidades, me levem, na realidade, ao mesmo lugar. Um lugar onde nem sabia que gostaria de estar, mas que acabei chegando e me apaixonando. E quem sabe, assim como sempre quis, consiga levar pessoas comigo, para que sintam uma euforia quase palpável de tantos acontecimentos inimagináveis.




















Sunday, April 17, 2016

Castelo de Hohenzollern.

       O Castelo de Hohenzollern possui suas primeiras documentações pelo ano de 1061, sendo uma fortificação que preserva a herança prussiana num morro dos Alpes Schwäbisches. Há mais ou menos 1h e meia de Tübingen, o trajeto que fizemos foi de Trem, depois um ônibus até um pedaço do morro e depois à pé até chegarmos ao castelo.
       Para poder dar uma informação mais legal sobre esse marco histórico, procurei um pouco da história na internet para relatar aqui. 
       Sendo hoje já a terceira reconstrução deste palácio, Hohenzollern foi residência a dos condes schwäbisches a partir da primeira metade do século XI. A família Hohenzollern chegou ao poder durante a Idade Média, tendo governado o Reino da Prússia, Brandemburgo e o Império Alemão até ao final da Primeira Guerra Mundial. A união de Brandemburgo e o Ducado da Prússia em 1618 culminou na proclamação do Reino da Prússia, em 1701, quando o país se tornou uma das grandes potências de sua época, com maior influência nos séculos XVIII e XIX. Durante o século XVIII, sob o reinado de Frederico, o Grande, a nação teve uma grande influência em muitos assuntos internacionais. Durante o século XIX, o chanceler Otto von Bismarck uniu os principados alemães em uma "Alemanha Menor", que excluía o Império Austríaco. No Congresso de Viena (1814-1815), que redesenhou o mapa político da Europa após a derrota de Napoleão, a Prússia adquiriu uma grande parte do noroeste do que atualmente é a Alemanha. Porém, a Prússia foi legalmente extinta em 1940.
           A ideia da reconstrução do castelo pela terceira vez pode ter surgido em 1819, quando o príncipe herdeiro e futuro Rei Frederico Guilherme IV, quis conhecer as raízes de sua família. É, então, um edifício de arte neogótica do renomado arquiteto berlinense Friedrich August Stüler, o qual também possui o seu rosto pintado em uma das paredes do castelo.
          Depois da reconstrução, o castelo nunca foi habitado por longos períodos, tendo apenas funções representativas. Apenas o último príncipe real, Guilherme da Prússia (1882–1951), viveu por alguns meses no castelo, no final de 1945. Tanto ele como a sua esposa, a princesa Cecília de Mecklemburgo-Schwerin (1886-1954), estão sepultados em Hohenzollern.
          O tour dentro do Castelo tem cerca de 1h de duração e se inicia numa pequena sala em que tem pintada nas paredes as árvores genealógicas das tantas famílias que utilizaram o castelo como moradia. As histórias de conquistas e derrotas são tantas que a história inteira chega a ser muito complicada. O uso de um calçado de feltro por cima do teu própria sapato é obrigatório para não afetar o chão que é basicamente esculpido em três madeiras diferentes. 
          Como quase todos os castelos, dentro dele é tão gelado (ou mais) quanto na rua, e também não se pode tirar fotos dentro das instalações. Mas posso dizer que são lindas e riquíssimas em detalhes. Os lustres, para vocês terem uma noção, precisam de 48 velas para estarem completos. Há retratos pintados à óleo dos integrantes das famílias por todos os cômodos, e a maioria das decorações são de coloração azul. 
          Atualmente, o Castelo de Hohenzollern serve como uma linda atração turística, recebendo mais de 300.000 visitantes por ano.
 
Mapa da Prússia - imagem do google.
Chegando de ônibus.



"Pantufas" obrigatórias para tour no castelo.